segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

PINTAGOL, CONSIDERAÇÕES QUE DEVE TER...

PINTAGOL
CONSIDERAÇÕES SOBRE OS PINTAGOIS
J. Bernardino
Revista SANO 2006
Arquivo editado em 20/12/2006
Pintagol Azul - Como obtê-lo?
O artigo abaixo tem por finalidade dar algumas informações técnicas sobre acasalamentos entre Pintassilgos e Canárias para obtenção de Pintagóís cinzas.
A tradição entre os passarinheiros que se dedicam à hibridação é que deve-se utilizar Canárias Brancas para obtenção destes desejados e belos pássaros.
O comportamento dos fatores Branco Recessivo (BR), Branco  dominante (BR DO), Albino (AL) e Albino Dominantes (AL DO) serão  demonstrados nas linhas que se seguem. Serão dadas informações adicionais com relação ao fator enzima que está relacionado à pigmentação melânica.
Branco Recessivo (BR)
A cor BR é um fator recessivo autossomal (não ligado ao sexo) e como todo fator recessivo necessita para obter-se indivíduos puros que cruzemos pelo menos dois portadores de tal fator. Nesse caso, não nascem pintagóis cinzas (técnicamente azuis) somente pelo fato de ser cruzado uma canária BR porque esse fator não faz parte do patrimônio genético dos pintassilgos.
Uma possibilidade de nascerem é introduzirmos esse fator no patrimônio genético do pintassilgo ou que naturalmente, por mutação, apareça um fator análogo à esse nos pintassilgos. Outra possibilidade é utilizarmos os filhotes F1 do cruzamento pintassilgo x canária branca. Pois, os filhotes F1 serão portadores de recessivo. Esse tipo de cruzamento não é utilizado pêlos criadores pois, muitos alegam que os F1, em muitos cruzamentos são estéreis ou que a taxa de fertilidade é baixa e portando não valeria a pena. O comportamento genético do BR é demonstrado na tabela abaixo:
MACHOS
FÊMEAS
PROLE
BRBR100% BR
PORTADORBR50% BR e 50% PORTAORES
BRPORTADORA50% BR e 50% PORTAORES
PORTADORPORTADORA25%BR, 50% PORTADORES e 25% NÃO PORTADORES
Branco Dominante (BR DO)
O fator Branco Dominante (BR DO), como o próprio nome diz, é um fator que domina o lipocromo(cor de fundo amarela ou vermelha) mas, não elimina totalmente restando na gordura do corpo e na plumagem, preferencialmente, apenas incrustrações de lipocromo nas remiges do pássaro.
O comportamento é demonstrado na tabela abaixo, tomando por base o cruzamento com pássaros de cor de fundo amarela.
MACHOS
FÊMEAS
PROLE
BR DOAMARELA50% BR DO e 50% AMARELOS
AMARELOBR DO50% BR DO e 50% AMARELOS
Portanto, num cruzamento entre uma canária BR DO e um pintassilgo, teremos 50% de pintagóis fundo amarelo e 50% Azuis Dominantes. Para obter-se pintagois azuis dominantes pode-se usar qualquer canária de fundo BR DO, como seguem abaixo alguns exemplos:
Azul Dominante(AZ DO)
Canela Prateado Dominante(CN PR DO)
Ágata Prateado Dominante(AG PR DO)
Isabelino Prateado Dominante(IS PR DO)
Além logicamente das tradicionais canárias brancas dominantes. A vantagem da utilização de canárias de cor escura é que tendemos à aumentar a aceitabilidade por parte dos pintassilgos. Também aumenta essa aceitabilidade utilizarmos canárias de médio para pequeno porte.
Albino(AL)
Porém, o dito albinismo nos canários não é realmente albinismo. Pois, o albinismo é também um fator autossomal recessivo e portanto, como já dito, necessitaríamos de pelo menos dois portadores para obtenção de um indivíduo albino real.
A cor vermelha dos olhos dos canários é dada por um fator sexo-ligado, chamado acetinado ou satinet.
Esse fator originalmente apareceu nos canários de linha escura e depois, por cruzamento e seleção transferido para a linha clara, gerando os Albinos(Brancos de olhos vermelhos), Lutinos (amarelos de olhos vermelhos) e Rubinos (vermelhos de olhos vermelhos).
O que criou-se foi uma fenocópia dos canários albinos reais. Se utilizarmos canárias albinas dominantes AL DO, obteremos o mesmo resultado do BR DO porém, os machos F1 seriam portadores do fator acetinado. Se for possível utilizarmos os machos F1 com canárias albinas poderíamos obter machos e fêmeas de olhos vermelhos. Abaixo o comportamento do fator acetinado (AC) nos albinos:
MACHOS
FÊMEAS
PROLE
ACAC100% AC PORTADORAC
  50% AC Machos e Fêmeas,
25% Fêmeas normais e 25% machos portadores PORTADOR NORMAL
25% Fêmeas AC, 25% Fêmeas Normais, 25% machos portadores e
25% Machos não portadores NORMAL AC 50% Fêmeas Normais e 50% Machos Portadores Fator Enzima (E)
Existe também um outro fator envolvido quando pensamos em canários de linha clara (BR e BR DO ou AL e AL DO ou Amarelo ou vermelho). Esse fator é chamado de fator enzima(E) e é responsável pela depósito de pigmentos melânicos na plumagem da ave e demais tecidos. Isso explica o depósito de pigmentos melânicos nos pés, unhas, patas e bicos de muitas aves. O fator enzima original, em homozigose, propicia esse depósito de pigmento melânico na plumagem e demais tecidos. O seu a/e/o mutado(e) quando em homozigoze faz com que o pigmento melânico não seja depositado na plumagem e demais tecidos mas, não afeta o lipocromo (cor de fundo amarela ou vermelha). Quando acontece a heterozigose desses genes, ou seja, um indivíduo E/e, o  resultado é um pássaro pintado. Isso explica o aparecimento de pintagois pintados em nossas gaiolas. Segue na tabela abaixo o comportamento do fator enzima.
FATORPROLE
E/E100% Melânicos e/e
100% Não Melânicos E/e
100% Pintados
Conclusão
Levando-se em consideração que quando utilizamos Canárias albinas(AL ou AL DO) temos pelo menos três fatores envolvidos portanto, o leque de possibilidades aumenta. Aumentando consideravelmente as possibilidades de novas cores para os híbridos obtidos.
Para obtermos Pintagois de plumagem exclusivamente escura devemos usar também preferencialmente canárias de linha escura, como no exemplos dados acima.
Acredito  que  deveríamos, impulsionar o hibridismo em nosso país, pensando na variedade de raças e cores que poderíamos desenvolver à exemplo do ocorrido com os canários. Poderíamos transferir fatores de um a outro e assim criarmos pássaros sensacionais.
Glossário:
BR: Branco
BR DO: Branco Dominante
AL: Albino
AL DO: Albino Dominante
AC: Acetinado ou satinet
Homozigose: par de genes a/e/os iguais
Heterozigose: par de genes a/e/os diferentes
Pigmento Melânico - pigmento negro ou marrom que colore a plumagem e outros tecidos do corpo Fator enzima - fator responsável pelo depósito do pigmento melânico.
Híbrido - produto do cruzamento de indivíduos de espécies diferentes.
http://criadourokakapo.com/index.php?secao=artigoas000025

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

TARIN BH 2013


 A ornitologia é o ramo da biologia que estuda as aves, bem como as condições e peculiaridades de seu meio, sua distribuição, organização e os caracteres que as diferem umas das outras. É uma das poucas ciências beneficiadas pela contribuição de amadoristas. E embora muitas informações venham de observações diretas das aves, algumas áreas tiram proveito de técnicas e instrumentos modernos como anilhamento das aves, radar e radio telemetria.
          Como criador e médico veterinário tenho visto a ornitologia brasileira e mundial como uma área em constante expansão. É nitidamente perceptível nos últimos anos, o  crescimento da clínica médica de aves. Estas têm sido adotadas com grande freqüência como animais de estimação, seja pela beleza da plumagem, comportamento afetivo ou pelo canto melodioso.
          Nosso criadouro é especialista na reprodução dos pássaros do gênero Carduelis, popularmente conhecidos como PINTASSILGOS, o qual tem uma grande variedade de espécies distribuídas em muitos países. São pássaros ágeis e vigorosos, mas podem se mostrar frágeis e sensíveis quando há negligência de alguns cuidados específicos para as espécies.
Estas aves têm sido amplamente criadas, sendo muito valorizadas pela fama comprovada de exímios cantores, plumagens exuberantes, e pela produção de híbridos de grande beleza.
           Nosso intuito neste site não é mostrar artigos ou discutir métodos ou alimentos utilizados por criadores, mas sim, apresentar o nosso criadouro abordando textos com informações simples e objetivas relacionadas ao nosso manejo e experiências próprias na criação e clínica, que nos tem proporcionado excelentes resultados.
          Por gentileza, leia todos os capítulos e você poderá conhecer um pouco da nossa paixão e arte de criar pintassilgos.
          Desejo-lhes um bom passeio pelo meu site.
                                                                            

PINTASSILGO DA VENEZUELA

Vivacidade e canto melodioso. Ele tem um canto melodioso, adapta-se facilmente ao lugar onde vive e, através de cruzamentos com canárias, produz o procurado canário "vermelho". Com seu colorido marcante, o Pintassilgo macho é facilmente distinguido da fêmea, que não tem a mesma predominância de vermelho vivo na plumagem.
O Pintassilgo da Venezuela pertence a um grupo de pássaros de gaiola que está entre os mais conhecidos e desejados de todo o mundo. Ele se destaca pela melodia do canto, pela suavidade do temperamento e pela adaptabilidade à vida doméstica. Seu canto lembra muito o do Pintassilgo brasileiro; com gorjeios alegres e sonoros; cheio de vivacidade, ele está sempre saltitando na gaiola, enchendo de vida o ambiente onde for colocado e ao qual se adapta com facilidade e sem maiores exigências.
Carduelis cucullata ficou conhecido pelo nome de Pintassilgo da Venezuela porque era abundante neste país, na região ao norte da Cordillera, e também porque porque a Venezuela foi o país que mais exportou estes Pintassilgos. Na natureza, é encontrado também no nordeste da Colômbia e em Trinidad, sendo que nesta ilha o registro de sua existência é bastante escasso. Ele habita regiões tropicais, de vegetação bem aberta, cobertas de capim e moitas de arbustos; na Venezuela, em regiões relativamente áridas, com altitude variável entre 300 e 400 metros.
Este pássaro tem cerca de dez centímetros de comprimento. O macho tem a cabeça, a garganta e a cauda pretas e asas também pretas com mancha vermelha. O restante do corpo é vermelho, exceto o centro do abdômen, que é branco. A fêmea tem cor geral marrom tingido de vermelho; lados da cabeça e garganta acinzentados; cinza-escuro na cauda e nas asas, estas com barras cor de laranja; lados do peito também cor de laranja e partes inferiores esbranquiçadas.
Um aspecto que o destaca, na Canaricultura, de outros Pintassilgos seus parentes é o fato de ele ser o introdutor do fator vermelho nas cores do Canário doméstico. Assim, ele também tem sido muito valorizado por criadores de canários que se utilizam do macho, fazendo acasalamentos com canárias para obter linhagens de canários "vermelhos", que já há alguns anos dominam o mercado específico da Canaricultura (o Canário vermelho tem um fator genético para esta cor; mas ele só a mantém com uma alimentação à base de caroneto).
Também por este fato ele é um pássaro raro na natureza, devido à perseguição que lhe foi movida no passado. Entretanto, hoje existem leis severas de proteção, em particular na Venezuela, visando a assegurar a sobrevivência da espécie em liberdade. Além disso, em face da sua progressiva raridade, os criadores começaram a se interessar pela sua reprodução em cativeiro, já não só em cruzamentos com canárias, mas também com fêmeas de sua própria espécie. Assim, se ele vier a se extinguir na natureza, apesar das precauções tomadas, pelo menos continuará enfeitando as gaiolas dos criadores com sua cor rica e seu canto melodioso.

CUIDADOS PARA A CRIAÇÃO

Média de vida: 10 anos.
Alimentação: a alimentação básica é constituída por grãos (alpiste, painço, níger, colza) e verduras (couve, pepino, almeirão). Osso de siba pode ser oferecido em qualquer época do ano, e larvas de Tenébrio podem ser tentados no período de reprodução, para os filhotes, cuja alimentação normal deverá ser acrescida de papa de pão amanhecido com gema de ovo, ou gema de ovo passada na peneira com farinha de rosca.
Instalações: este pássaro se sente bem em gaiolões usados para Canários (70cm de comprimento x 30 cm de largura x 30 cm de altura) onde um casal pode viver. Não se deve esquecer da areia do rio lavada e da água limpa e fresca trocada diariamente, para beber e para banho.
Saúde: é bastante resistente, não exigindo maiores cuidados além de comida fresca e água limpa.
Reprodução: no Brasil, ele tem-se reproduzido em gaiolões próprios para Canários, no período compreendido entre setembro e fevereiro. Coloca-se um casal em cada gaiola, com dois ninhos pequenos de corda, no alto, um em cada canto. A fêmea escolherá um deles; o outro será desmanchado por ela, e o material, utilizado na complementação do ninho escolhido. Ela fará duas ou três posturas, com dois ou três ovos em cada uma delas; se, ao invés de ela chocar, colocarem-se os ovos com uma "ama" canária, é possível que o número de posturas por temporada chegue a quatro. A incubação dura de 12 a 14 dias e os filhotes saem do ninho com 30 ou 35 dias.
Matéria baseada em texto escrito por Joaquim da Silva Carvalho, e em entrevistas com Paulo Fernando Flecha, da Sociedade Ornitológica Bandeirante. Redatora:Theresa Linhares.
Foto: Luiz Henrique Mendes.
Prop.: Joaquim Carvalho, SP. FONTE-

http://www.petbrazil.com.br/bicho/aves/pintavz.htm